domingo, 29 de junho de 2008

"Todas as crianças sabem"(Natureza e Espirito pags. 87-118)

A ciência, tal como a arte, a religião, comércio, a guerra e até o sono, baseiam-se em pressupostos. Difere apenas pelo facto dos caminhos do pensamento científico serem determinados pelas crenças dos cientistas, mas também porque os seus objectivos são a experimentação e a revisão dos velhos pressupostos e a criação de novos.
É desejável que o cientista conheça e seja capaz de expor os seus postulados. Para um juízo científico é conveniente conhecer os dos colegas que trabalham no mesmo campo.
É necessário que o leitor de assuntos científicos conheça os pressupostos do autor.
Existem lacunas na maneira de pensar derivada de uma falta de certos instrumentos do pensamento. Esta falta está distribuída de uma forma bastante equiparada pelos níveis de ensino, entre estudantes (ambos os sexos) e tanto entre os humanistas como cientistas.
Trata-se duma falta de conhecimento das preposições tanto da ciência como da vida quotidiana.
Esta lacuna é menos visível em dois grupos de estudantes: os católicos e os marxistas. São grupos difíceis de ensinar, pois dão importância ás premissas correctas que a heresia se transforma numa ameaça de excomunhão.
Naturalmente, alguém que pense a heresia é um perigo, dar-se-á ao cuidado de estar consciente das suas próprias pressuposições e desenvolverá uma espécie de perícia sobre estes assuntos.
Aqueles que não sabem que é possível estar errado, não podem aprender nada excepto o saber fazer.
As pressuposições são matéria que vai sendo trazida para a luz.
Os Americanos têm uma resposta estranha para qualquer afirmação articulada dum pressuposto, sendo tal, afirmação entendida como hostil, trocista ou autoritária.
Nesta nação criada em nome da liberdade religiosa, o ensino da religião é banido do sistema do ensino oficial. Aos membros das famílias religiosas de recursos económicos inferiores não é facultada qualquer educação religiosa fora da família.
Afirmar uma premissa ou uma pressuposição é desafiar a resistência subtil da surdez cultivada que as crianças utilizam para afastar as afirmações dos pais, professores e autoridades religiosas.
Este capítulo debruça-se sobre um conjunto de pressuposições cujo pensamento tem sido protegido da noção desagradável de que algumas delas estão simplesmente erradas. Há instrumentos do pensamento de tal modo embotidos, que são inúteis; outros são tão exactos, que são perigosos. Mas o Homem sensato aproveitará tanto uns como os outros.
Vale a pena tentar um reconhecimento experimental de certas pressuposições básicas, que todos os espíritos têm de partilhar, ou de um modo oposto, vale a pena tentar uma definição de espírito, através da comunicação das tais características básicas da comunicação.



Realizado por: Filipa Araújo 52318

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