domingo, 29 de junho de 2008

"O tempo está desarticulado" ( Natureza e Espirito pags. 189-195)

As Universidades de hoje ensinam o que é novo e moderno. Contudo o ensino baseia-se em pressuposições ou premissas do pensamento antiquadas e “ obsoletas”.
Refere-se a noções como:o dualismo cartesiano que separa “espírito” e “matéria”;o fisicalismo das metáfora;a suposição antiestetica.
Todos os aspectos da nossa civilização se encontram divididos.
No que diz respeito à vertente económica encontramos duas exageradas caricaturas da vida (a capitalista ou a comunista). No campo do pensamento estamos divididos entre vários extremos de falta de sentimento e a forte corrente do fanatismo anti-intelectual.
Na religião as garantias constitucionais da liberdade religiosa parecem facultar exageros semelhantes: um protestantismo estranho e totalmente secular, um vasto espectro de cultos mágicos, e a ignorância religiosa total.
O corpo dos membros do Conselho concentra a sua atenção sobre questões que podem ser abordadas a um nível superficial, evitando os pântanos de todas as espécies de extremismos. Mas, apesar de tudo, as questões obsoletas acabarão por chamar a atenção.
Os estudantes nos anos de sessenta é que tinham razão: havia alguma coisa de errado na sua educação e, na realidade, em quase toda a cultura. Lutaram pela representação e pelo poder.
A absolência permanece inalterável, e dentro de poucos anos iremos em duvida assistir de novo, ás mesmas batalhas travadas em nome dessas falsas questões.
Há de facto qualquer coisa de errado e o que está errado não se trata da tribulação necessária acerca da qual nada pode ser feito.
Uma espécie de liberdade advém do reconhecimento das questões. Num sistema estático não existiria tal absolência.
Parece que existem duas componentes do processo evolucionário e que o processo mental é, duma forma semelhante, dotado de uma estrutura dupla.
A sobrevivência depende de dois fenómenos ou processos contrastantes, duas formas de alcançar a acção adaptável. A evolução tem duas direcções: para dentro, no sentido das regularidades do desenvolvimento e da fisiologia da criatura viva, e para fora, no sentido das fantasias e das exigências do ambiente. Estas duas componentes necessárias da vida opõem-se entre si, sob formas interessantes.


Realizado por: Filipa Pereira 52324


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