domingo, 29 de junho de 2008

"Os grandes processos estocásticos "(Natureza e Espirito, pags 119-122)

É um princípio desenvolvido pelo autor que tanto a alteração genética como o processo denominado de aprendizagem são processos estocásticos. Em qualquer dos casos existe uma corrente de acontecimentos que é aleatória sob certos aspectos e um processo selectivo não-aleatório que tem por consequência que alguns dos componentes aleatórios «sobrevivam» por mais tempo que os outros. Sem o aleatório, não pode haver coisas novas.
A produção de formas resultantes duma mutação ou é aleatória, dentro do conjunto de alternativas que o status permitir ou que, se a mutação é exigida, os critérios dessa exigência são irrelevantes para as pressões do organismo.
Segundo a Teoria Ortodoxa, o ambiente protoplasmático do ADN não pode ordenar alterações nesse ADN que sejam relevantes par o ajustamento do organismo ao meio ambiente ou para a redução da tensão interna.
As mutações estão acumuladas no conjunto confuso de genes da população e a selecção natural irá trabalhar para eliminar essas alternativas desfavoráveis sob o ponto de vista de qualquer coisa como a sobrevivência e que esta eliminação irá favorecer, no seu conjunto, essas alternativas que ou são benéficas ou inofensivas.
Tanto para as mutações como para a aprendizagem é sempre necessário recordar as patologias potenciais dos tipos lógicos.
Foi Alfred Russell Wallace quem fez notar em 1866 que o princípio da selecção natural é como o da máquina a vapor com regulador. Tanto o processo de aprendizagem individual como o processo de substituição da população, sob a selecção natural, podem exibir as patologias de todos os circuitos cibernéticos: oscilação excessiva e fuga.
É certo que a alteração evolucionária e a alteração somática são fundamentalmente semelhantes, que ambas são estocásticas na sua natureza, apesar de certamente as ideias sobre as quais trabalha cada um dos processos serem um tipo lógico totalmente diferente do tipo lógico das ideias de outro processo.
Estes tipos lógicos conduziram a muita confusão, controvérsia e ate a tanto disparate sobre tais questões como a «herança de características adquiridas» e a legitimidade de evocar o «espírito» como um princípio explicativo. Foi intolerável para muita gente sugerir que a evolução poderia ter uma componente aleatória.

Realizado por: Filipa Pereira 52324

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